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quarta-feira, 9 de março de 2011

O bêbado e o galinheiro ...

Carnaval, ah o carnaval ... 4 ou 5 dias de festa, onde a única responsabilidade é não ter responsabilidade. Festa momesca que surgiu na idade média, e que passou a ser a festa que conhecemos na França no início do Séc. XIX. Ah, o carnaval!!! Mal sabiam os europeus em que esta festa seria transformada nas terras tupiniquins.



Esse pequeno texto relata a história de um grupo de amigos que se aventurou a passar o carnaval em um sítio, sítio esse do nosso personagem principal, que vamos chamar aqui para preservar sua identidade, de Aquaman.

Há exatas 3 semanas, esse grupo de amigos composto por Aquaman, Dunhillman, Paulo Ricardo e Thyrso decidiram que queriam um carnaval mais rock and roll, mais sossegado, mais caseiro, mais sitiado, até mesmo porque Aquaman e Paulo Ricardo já são chefes de família e suas respectivas esposas estão prenhas novamente.

Além desses 4 heróis e das esposas de Aquaman e Paulo Ricardo (Sra. Aquaman e Sra. Paulo Ricardo) e dos filhos dos respectivos, estavam presentes Pajeta e a senhora progenitora de Aquaman. Eventualmente o Sachato da Sibéria e sua esposa Doutora Silêncio passavam por lá.

Tudo transcorria bem, e como a faixa etária de nossos heróis já passava dos 30 anos, a rotina diária era matematicamente seguida por todos.

Acordar as 8 e 30, tomar café com frutas e misto quente e esperar até as 11 para começar a beber. Beber até as 18, cochilar até as 21, beber de novo até as 2 da manhã, comer e dormir. Simples assim. Tudo isso ao som de muito Beatles, Van Halen, Led Zeppelin e umas coisas inaudíveis trazidas por Paulo Ricardo - o Barango.

O sítio é um lugar grande, que tem aquelas casas grandes e antigas com uns janelões de madeira. Ao redor da casa, um grande espaço muito arborizado, além da piscina, casinha da churrasqueira, um pequeno açude e claro, o galinheiro, onde se passa a aventura.

Segunda feira, tudo transcorria conforme a rotina estabelecida, acordamos 9 e 30 (um pouco mais tarde) tomamos nosso demorado café da manhã e esperamos até a hora de iniciar os trabalhos.

Aquaman, Thyrso, Dunhiilman e Pajeta estavam na cerveja; Paulo Ricardo - o Diferente, bebia sua trigésima garrafa de wisky. Neste dia, decidimos fazer um churrasco, já que Pajeta havia serenado uma carne e feito carne de sol para nosso deleite.

As 11 da manhã iniciamos os trabalhos; cervejas (muitas cervejas) cachaças, submarinos, cruzadores, porta aviões, wisky e qualquer coisa que tivessem álcool eram submetidas a nossa monstruosa sede de GOLO.

Exatamente as 18 e 30, Paulo Ricardo - o dorminhoco, foi dormir, e também o foi Dunhillman. Aquaman, Thyrso e Pajeta permaneciam de pé, com muito custo, mas permaneciam.

Exatamente as 18 e 37, Aquaman decidiu trocar os galos do galinheiro de lugar, costume antigo que tem haver com a procriação ou algo do tipo. Para isso trocam-se os galos de lado no galinheiro. Importante e deve ser feito, se levado em consideração que não deve sê-lo por um bêbado que não entende nada de galinheiros.



Aquaman cismou que tinha que trocar os galos de lugar no galinheiro, mesmo sabendo que ele não sabia nada sobre isso e que tem um caseiro no sítio apto a essa jornada. Mas para nosso herói nada disso era importante, e os desafios existem para serem vencidos. Afinal, um bando de galinhas, 2 galos e uns gansos não poderiam derrotá-lo.

Assim, nosso herói desceu em direção ao galinheiro. Esse, fica há uns 12 metros da área de churrasqueira, indo em direção ao córrego, em um pequeno declive. O galinheiro, tem aproximadamente uns 10 por 3 metros, e sua entrada consiste numa portinha que deve ter mais ou menos 1 metro.

Aquaman então inicia sua descida fatal até o galinheiro. Nosso herói, precavido, para evitar qualquer ataque surpresa de alguma galinha que estivesse de vigilancia do lado de fora, desceu andando em círculos e fez vários deles até chegar a seu destino.

19 e 34 da noite, Aquaman consegue chegar inteiro e invisível ao olhar das galinhas na porta do galinheiro; ele espera, decide espreitar um pouco mais e localizar os galos para após, iniciar um verdadeiro "assault" rápido e certeiro.

Sua pontaria deveria ser perfeita. Seu plano era entrar as 19:42, pegar o primeiro galo as 19:43, colocá-lo no outro galinheiro as 19:45, pegar o outro galo as 19:46 e colocá-lo no outro galinheiro as 19:48. 6 minutos até concretizar a ação; o plano infalível, a execução, bem ... a execução foi quase isso.

As 19:42 Aquaman abre a porta do galinheiro, se abaixa e inicia a invasão; porém "trupica" no rodapé feito de pedra, armadilha perfeitamente estratégica deixada pelas galinhas que protegem seu macho. Após o trupicão, todas as galinhas acordam e Aquaman, com os olhos estatelados, sabe que naquele momento, teria perdido seu elemento surpresa, essencial ao plano.

As 19:44 Aquaman se levanta, sujo e com um espinho de 15 cm cravado no seu dedão, olha para os lados e tenta localizar o galo número 1. 19:45, as galinhas levam o galo n.1 para o esconderijo e cercam Aquaman, para um combate que está na eminência de se tornar eminente.

Várias galinhas nada satisfeitas com a idéia de seu reprodutor ser retirado dali cercam Aquaman, e suas faces não parecem nada, nada, nada, desesperadamente nada felizes. A posição de ataque é clássica, Aquaman estava diante de um ataque aéreo 360 graus.

19: 47; estava escuro, Aquaman com sua lanterna tentava localizar o galo e não percebeu que estava diante da formação de ataque galinácea mais eficiente dos últimos tempos, o ataque aéreo 360.



A galinha mãe dá o sinal, são 19: 48 e a equipe "chicken alfa" inicia o ataque. 4 galinhas voam em direção de Aquaman, que ao contrário do que pensava, era pego de surpresa e alvejado por centenas de bicadas e unhadas das galinhas raivosas e com tesão (no galo, óbvio).

Depois do primeiro ataque, Aquaman começa a balançar seus enormes braços para todos os lados, desengonçadamente, para se livrar do ataque, mas mal sabia que a equipe "chicken beta" as 19:51 tem a liberação da galinha mãe para decolar, e iniciam o ataque.

A luta se torna um emaranhado de penas, bicadas, lanternadas e gritinhos suspeitos soltados por Aquaman em cada bicada na sua busanfa. No meio desse ataque, quanto outra equipe termina de recarregar o armamento, Aquaman localiza o galo.

19:54, inicia-se o terceiro ataque, Aquaman então se joga no chão, ou melhor, toma uma rasteira de uma das galinhas, e em meio àquele odor de galinhas, cocô e cerveja, consegue se arrastar até o Galo. Pega então seu rabo, e quando levanta com um ligeiro sorriso de vitória, tem uma terrível descoberta, não se tratava do Galo, mas sim do Ganso.

Aquaman fora condenado por sua bebedeira e falta acuidade visual. O Ganso (com uma cara de poucos amigos) não se fez de rogado, deu-lhe logo uma bicada nas partes baixas (pois estava sendo seguro pelo rabo), e ao cair no chão partiu para o ataque Kamikase. Parecia que ninguém sairia vivo daquele galinheiro, que mais parecia um campo de guerra.

Aquaman inicia seu ataque kamikase e como um boneco do posto, em meio ao ataque das galinhas e do ganso, distribui chutes ao vento e lanternadas em ninguém. Seus golpes, desferidos quase que sem visibilidade não acertavam nenhum soldado de penas. A luta parecia perdida e o Galo observava e coordenava o ataque de longe, como um General de penas.

20:12, Aquaman inicia sua última tentativa para pegar o Galo e de cócoras começa a imitar as galinhas, ciscando e gritando "pópópó". Uma cena estúpida, porém bem eficaz. Aquaman consegue despistar as galinhas e o ganso tempo o suficiente para agarrar o Galo pelo gogó. Era o fim para o Galo General.

Aquaman se arrastou até a porta, e o Galo com as cordas vocais "esmagassadas" não conseguia gritar por socorro. 20:15, Aquaman deixa o galinheiro muito ferido, mas com o Galo em suas mãos. Agora, era adentrar ao tranquilo galinheiro que só tinha o outro Galo e fazer a troca.  

Foi uma batalha colossal, a maior já vista por aquelas bandas. Aquaman ficou desastrosamente ferido e as galinhas tiveram que se contentar com o novo galo, que não tinha a metade da espiga do Galo General.

Moral da história: Nunca invada o galinheiro a noite bêbado para trocar os galos e principalmente, se for fazer isso, não leve seu amigo blogueiro.

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